terça-feira, 8 de abril de 2014

"CAPULANAS NA MACHAMBA"

Hoje realizamos a Aula 6 do nosso Curso de Agricultura Natural. O tema foi BIODIVERSIDADE e nossos alunos foram instigados a buscar, em exemplos do cotidiano, a importância da biodiversidade nos campos agrícolas, em especial nas machambas da Agricultura Natural.


 
Na experiência realizada em sala de aula, cada aluno(a) trouxe de casa algumas de suas capulanas preferidas, dentre aquelas que mais gostam e que mais tempo estão na família. O resultado foi um verdadeiro mosaico de cores, tons e padrões dos tecidos. Cada capulana teve sua história e memória apresentada a todos os presentes, mostrando a "vida" que pulsa através da cultura ancestral do povo moçambicano em expressar os próprios sentimentos através dos diversos padrões e cores. 

(Capulanas de nossos alunos)

A correlação com a vida da machamba, composta de diversos tipos de plantas e animais, simulando os padrões coloridos das capulanas, mostrou a importância de mantermos nossos campos repletos de vida e variações nos padrões agrícolas, especialmente quando praticamos a Agricultura Natural. Essa importância foi ainda ressaltada pela beleza natural de um campo ecologicamente em equilíbrio dinâmico, comparado à beleza das cores mocambicanas.

Daqui em diante, nesse nosso curso, usaremos a expressão "CAPULANAS NA MACHAMBA" toda vez que fizermos referência à biodiversidade na prática da Agricultura Natural em Moçambique!



"Imaginem um mundo todo cinza, onde todas as pessoas só poderiam usar panos cinzas, lisos, sem estampa, de tom único... imaginem que esse passe a ser o padrão a partir de hoje... o custo de produção desse tipo de pano seria muito menor que aquele para se produzir estampas e cores variadas. Esses panos cinzas poderiam chegar em grandes carregamentos de navio... o custo de cada peça seria quese irrisório. Assim, resolveríamos de uma vez por todas a questão da vestimenta, pois ninguém mais ficaria sem roupa... mas a que "preço"? Para onde iriam as histórias, as memórias, as tradições culturais que conectam as pessoas e as comunidades? Para onde iria a beleza e a alegria? Para onde iriram a imaginação e o desenvolvimento da cultura? Estranho, não é? Mas ainda mais estranho é pensar que, se isso viesse mesmo a acontecer, daqui a uns 100 anos nossos descendentes iriam achar perfeitamente normal esse mundo cinza..."


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