O MANEJO AMBIENTAL DOS SOLOS
A salinização dos solos
A
salinização é um acumulo de sais, geralmente alcalinos, nas partes do solo próximas
à superfície. Afeta a fertilidade, pois muitas plantas não são tolerantes a
eles. Esse problema é mais frequente nos solos de climas semiáridos. Esses sais
são, geralmente, solúveis em água e, por essa razão, nos climas chuvosos, são
dissolvidos e levados de forma natural até lugares mais profundos. Nas regiões
mais áridas, não existe essa possibilidade de arraste natural, por isso estes
de acumulam.
As
causas são muitas e diferentes. Uma delas é o uso excessivo de fertilizantes
químicos, os quais podem conter produtos, como o sódio e outros, que, com
o tempo, concentram-se no solo e, ao se unirem com outras substâncias, podem
dar origem a sais tóxicos. A origem mais frequente da salinização é a irrigação
com água de má qualidade, contaminada com efluentes industriais, de mineração,
de esgoto e outras servidas. Também pode ser produzida por utilização de águas
subterrâneas que contenham sais, razão pela qual é conveniente fazer a análise
dessas águas.
Para
recuperar um solo salinizado é preciso “lavá-lo”. Isso significa que se devem
arrastar os sais para um lugar mais profundo e, em seguida, realizar o cultivo.
Por um fenômeno chamado capilaridade, a água sobe através
dos poros e canalículos do solo, levando os sais novamente para a superfície.
Por essa razão, deve-se fazer um número maior de regas, de curta duração e mais
frequentes. Assim, é possível evitar que os sais subam até a superfície. O uso
de solo com essas características é mais caro e, por essa razão, devem-se tomar
todas as precauções mencionadas para evitar que um solo se salinize.
É
importante, também, o controle do lençol freático. Se este é muito superficial
e as águas são salinas, os sais subirão facilmente por capilaridade. Nesse
caso, dever-se-á estudar uma forma de melhorar a drenagem. A cobertura do solo
com uma espessa camada de capim, por exemplo, ajudará bastante no controle da
salinização.
A erosão dos solos
Entende-se
por erosão o fenômeno pelo qual as partículas do solo ou fragmentos dele são
removidos e transportados pela água ou pelo vento, destruindo-o e degradando-o.
Essa é uma “doença” ou “cancro” do solo, produzido quase sempre pelo mau uso
que o homem faz dele. É um impacto negativo muito severo, tendo em vista que o
solo é um recurso não renovável. Perdendo-se solo por erosão, demorará uns
30.000 anos para que este se regenere, em clima frio, e de 10.000 a 15.000
anos, num clima quente e úmido, caso se trate de um solo raso. Para se
recuperar um solo profundo, demoraria muito mais. De qualquer forma, são
períodos muito grandes para pensar que o solo é renovável, considerando os anos
que vive um ser humano.
Um
solo mal utilizado pode ser erodido em 30, 20 e até 10 anos, acarretando
pobreza por muito tempo nesse local. Com boas técnicas, é possível produzir em
um solo com certo nível de degradação, mas o que não é possível é recuperar o
solo propriamente dito. A erosão significa o arraste de nutrientes e de uma
grande quantidade de substâncias úteis, que não regressarão nunca mais e que
representariam muito dinheiro, se tivéssemos de comprá-las.
A
erosão é produzida quando o solo fica exposto à energia extrativa da água
(impacto das gotas da chuva e sua velocidade e turbulância). O fenômeno da
erosão também ocorre de forma normal na natureza e se chama erosão natural. Seu
efeito é muito pequeno e tão lento que permite ao solo recuperar-se. A erosão
produzida pelo homem pode ser 50, 100, 200 e até 500 vezes mais rápida que a
natural, não permitindo ao solo recuperar-se; por isso, denomina-se acelerada.
A erosão produzida pelo vento chama-se eólica; pelas chuvas, pluvial; pelas
águas de um rio, fluvial, e chama-se hídrica se é produzida pela água que
escorre pela superfície do solo.
Como se reconhece a erosão dos solos
A
erosão é definida pelas formas que esta produz na superfície do terreno. A
erosão pluvial corresponde ao movimento das partículas do solo no sentido da
pendente, devido à explosão das gotas de chuva ao cair. Esse tipo de erosão não se
vê, mas é sempre produzida quando chove e o solo está descoberto. Logo, a água,
ao escorrer pela superfície como uma lâmina, remove uma fina camada de solo; a
isso se denomina erosão laminar. Quando a água, ao escorrer, canaliza-se em
pequenas valas pouco profundas, de secção retangular, que se juntam e se
separam formando uma rede sobre o terreno, tem-se erosão reticular. Toda a
erosão mencionada até agora recebe, também, o nome de erosão hipócrita, pois,
passando-se o arado, desaparecem as formas descritas, porém não os seus efeitos
negativos.
Quando
as valas têm forma aproximada de U, de 20 a 40 centímetros de profundidade,
chama-se erosão por sulcos; se afetam toda a profundidade do solo e têm a forma
da letra V, denomina-se erosão em sulcos profundos; se, ademais, afeta o
subsolo, podendo ter vários metros de profundidade, chama-se erosão em
voçorocas. Em todos esses casos, interessam tanto quanto a quantidade de
sulcos, sulcos profundos ou voçorocas que ocorram num determinado lugar.
Para
se ter uma idéia do signficado da erosão, deve-se considerar que um centímetro
de espessura de perda de solo corresponde a cerca de 100 a 120 toneladas de
terra perdida em cada hectare. Se não se usam técnicas de conservação do solo,
deixa-se o solo desnudo e, se a infiltração é lenta, facilmente se perderão 50,
100, 200 ou mais toneladas de terra por hectare a cada ano. Uma das formas de
reconhecer a erosão é observar a mudança de cores da superfície do solo; quando
o fenômeno da erosão se iniciou, as cores correspondentes aos materiais do solo
aparecem localizadas mais abaixo. Outra forma é observar a marca de líquens
(briófitas) nas pedras, ou as raízes de árvores e os mourões das cercas
desenterrados.
Quais as técnicas para evitar a erosão dos solos
Além
das técnicas para evitar a erosão dos solos, há normas que devem ser
respeitadas e cuja finalidade é protegê-lo, junto com a água e com o ambiente.
Em alguns países existem, por mandado de lei, Unidades de Conservação da
Natureza, entre as quais se encontram as Reservas Biológicas, os Monumentos
Naturais, os Jardins Botânicos e outras, destinadas somente à investigação
científica, ao estudo e à proteção de espécies, ecossistemas e do solo. Aí não
se pode fazer agricultura. Outras áreas em que essa atividade está limitada são
as Reservas Indígenas, onde o uso agrícola é permitido somente a tais grupos.
Também
é declarada área de preservação permanente, não sendo possível o seu uso
agrícola, uma faixa de 30, 50, 100, 200 ou 500 metros de largura, nas duas
margens de cursos d´água de até 10, de 10 a 50, 50 a 200, 200 a 600 e de mais
de 600 metros de largura, respectivamente. O mesmo para uma faixa de 100 metros
ao redor de lagos, e de 50 metros, se este tem um corpo d´água menor que 20
hectares. Igualmente, deve ser preservado um raio de 50 metros em torno de
nascentes e olhos d´água, sejam permanentes ou intermitentes.
Outros
sítios que devem ser respeitados são os topos dos morros, montes, montanhas e
serras, desde 2/3 de sua altura para cima, até a linha de cumeada, bem como as
encostas com inclinações superiores a 45 graus (100% de declividade); se há
bosques, também serão consideradas áreas de exclusão aquelas que tenham entre
25 e 45 graus de inclinação (46 a 100% de declividade), ainda que estejam
abaixo da altura assinalada. Em geral, não se pode fazer agricultura sobre 24
graus (45%) de declividade. Em lugares onde ocorrem chuvas torrenciais, de
longa duração e solo com pouca capacidade de infiltração, é necessário aplicar
técnicas de conservação em solos com mais de 2% de declividade. Se chove “lenta
e suavemente”, como um chuvisco, se há boa infiltração e os solos são
profundos, os riscos serão menores.
Como regular mecanicamente a energia erosiva da água
É
possível cultivar terras um pouco inclinadas sem que sofram erosão. Para isso,
deve-se modificar a superfície, de tal maneira que o escorrimento das águas
seja controlado, e sua velocidade, regulada. Assim, não haverá energia para
erodir. Isso permitiria aproveitar melhor a água e evitar a sua poluição, ao
escorrer como água excedente.
Uma
forma é construir muros ou barreiras de pedras, em curvas de nível, que
dificultem a passagem da água que escorre depois das chuvas e, ainda, que
filtrem e retenham parte da terra e a fertilidade que ela arrasta.
Melhor
é fazer terraços, seja com talude de terra, seja com muros de pedra. Os
terraços com talude de terra são planos, de 30 a 40 metros de comprimento; sua
largura depende da inclinação do terreno. Entre um e outro, há um talude
inclinado, de 30% de pendente, que se mantém sempre com gramíneas curtas (10 a
15 cm), para evitar que haja erosão e que se estabeleçam pragas que possam
afetar o cultivo. O plano que forma o terraço tem uma declividade de até 1,5%,
para que a água das chuvas ou o excedente da irrigação escorra para um canal pequeno,
que deve correr por trás do plano e que não rompa o lado anterior do terraço.
Esse canal tem uma pendente suave para os lados e, em seguida, sofre um
rebaixamento brusco, transformando-se num sistema de canais em saltos, no
sentido da pendente. Pelo sistema de saltos, feito com pedras ou sacos de
plástico cheios de terra, a água correrá como por uma escada, diminuindo em
cada salto sua velocidades e energia.
Uma
forma simples e bem econômica de fazer terraços é plantar o capim vetiver (Vetiveria zizanioides), de forma a
produzir uma barreira viva que irá evitar a erosão de solos de encostas. O
vetiver pode ser plantado em lonha ao longo das curvas de nível do terreno e a
distância entre uma linha e outra dependerá fundamentalmente da inclinação do
terreno. Sugerimos a leitura do Boletim Ténico publicado pela deFlor
Bioengenharia, referenciado no final do livro e disponibilizado no site desse
nosso Curso de Gestão Ambiental.
Como se pode
evitar a erosão produzida pelas águas de escorrimento
Quanto
mais inclinada uma superfície e mais larga a pendente, maior a velocidade da
água que escorre sobre o solo e maior a energia que ela conterá para erodir. A
conservação se baseia no controle da energia da água.
Uma
forma de fazê-lo é construir canais que “cortem” a pendente, permitindo um
escorrimento lateral da água. Para tanto, os canais devem ter uma pendente
suave (1%), para que a água escorra lentamente sem que haja erosão, ou seja,
sofre um rebaixamento de um centímetro a cada metro do canal. Os canais terão
pouca distância um do outro, entre 12 e 30 metros, conforme a infiltração seja
lenta ou rápida, o solo tenha boa ou má capacidade para armazenar água, delgado
ou profundo, e o lugar maior ou menor inclinação.
O
canal pode ter o fundo mais amplo, com os lados arredondados, podendo ser
aproveitado com cultivos ou mantido com pasto de utilidade forrageira. A isso
se chamará terraços de escorrimento lateral e não canais de escorrimento
lateral. Esses terraços também deverão ter uma pendente pequena (1%), para
facilitar o escorrimento da água.
Outra
forma mais simples é substituir esses canais por uma vala bastante aberta, em
forma de V, que permita o escorrimento lateral e que se chama sulco de ladeira.
Quando
é necessário proteger uma área e limitar a passagem de água de escorrimento por
ela, é possível construir um canal de desvio em um nível mais alto, para
conduzir a água a um lugar seguro para sua infiltração ou aproveitamento em uma
pequena represa. Essas pequenas represas podem ser construídas também ao lado
de caminhos inclinados para desviar a água que corra por eles e anular sua
energia. Também é possível implantar um sistema de diques ou represas no
interior de voçorocas. Isso diminuirá a velocidade da água que passa por elas e
depositará a terra levada em suspensão pela água. Dessa forma, pouco a pouco, a
voçoroca poderá se transformar em um sistema de terraços aproveitáveis.
Como conservar o solo e aumentar a água subterrânea
Para
conservar o solo e, ao mesmo tempo, aumentar a disponibilidade de águas
subterrâneas, é necessário interceptar a água de escorrimento superficial e
favorecer sua infiltração e penetração no subsolo.
Para
isso, serão construídos canais ou terraços para “recolher” a água de
escorrimento superficial. Estes se distribuirão da mesma forma que os canais de
escorrimento lateral: separados quando a pendente for suave e mais próximo se
esta for maior. São canais e terraços de absorção ou infiltração e não devem
ter pendente, devem ser totalmente planos. Dessa forma, a água infiltrará pelo
fundo desses canais ou terraços, enriquecendo em disponibilidade o subsolo.
Essa solução também é muito importante quando não há um lugar seguro para onde
conduzir a água. Como a água não pode escorrer, devem ter capacidade de conter
uma quantidade maior de água.
Para
construí-los, deve-se traçar e seguir uma curva de nível. Suponhamos um pequeno
morro e imaginemos que uma pessoa caminhe ao redor dele, pela ladeira, a meia
altura, sem subir nem baixar. Dará uma volta completa em torno do morro e chegará
exatamente no mesmo ponto. Se observarmos sua caminhada por cima, veremos uma
linha curva, que chamamos curva de nível, por estar em nível. Essa técnica é
útil, mas só pode ser aplicada se o solo é profundo ou se tem um subsolo que
permite a percolação da água. Suponhamos que seja feita uma curva de nível num
solo raso e que abaixo dele ocorra uma rocha impermeável. Ao construir um
terraço ou canal de absorção, produzir-se-á encharcamento, amolecimento como
uma massa de barro e deslizamentos do solo, erosão e degradação.
Outro
sistema consiste em construir sulcos profundos que recolherão toda a água, para
que se infiltre. É um sistema que requer muito trabalho, que dificulta o uso da
água, além de ser muito caro.
Controle da erosão com restos orgânicos
Para
o controle da erosão também podem ser utilizados restos de plantas,
recém-cortados, já secos ou bem fermentados, para aplicá-los como adubo
orgânico. Podem ser postos na superfície do solo ou incorporados,
enterrando-os. Em cada caso, os efeitos serão diferentes. A matéria orgânica
utilizada na superfície se chama “mulch”, protege o solo do impacto
da chuva e regula sua temperatura. Usa-se como “mulch” a resteva dos
cultivos e podas, especialmente de agrossilvicultura (agroflorestas).
Fertilizar
com restos orgânicos permite aumentar a
atividade biológica do solo, pois os microrganismos e as minhocas não se
alimentam de adubos minerais, mas de resíduos orgânicos. Contribui, também,
para que o solo retenha mais umidade. A matéria orgânica, ao decompor-se,
produz uma substância que se une às partículas do solo, melhorando sua
estrutura. Isso atenua, também, a erosão, ao favorecer a infiltração e o
movimento da água dentro do solo. Os restos orgânicos são muito importantes
para deixar o solo protegido, durante um cultivo e o seguinte.
Os
restos orgânicos, ao se decomporem, ajudam a reter os nutrientes aplicados,
diminuindo significativamente a necessidade de acrecentar fertilizantes
químicos. A matéria orgânica, por si mesma, fornece nutrientes lentamente, pois
estes não são arrastados pela água que percola no solo e, portanto, não se
perdem. Quando restos orgânicos não fermentados são incorporados ao solo, não
se deve cultivar de forma imediata. Deve-se dar tempo para que estes restos se
decomponham, porque, durante o seu apodrecimento, alguns nutrientes neles
contidos, como o nitrogênio, são utilizados pelas bactérias do solo. Com esses
nutrientes, as bactérias se reproduzem e aumentam em número. Uma vez terminado
o apodrecimento, as bactérias morrem, deixando livre o nitrogênio, o qual será
utilizado pelo próximo cultivo.
O que é e qual a importância da cobertura vegetal
Se
observássemos uma paisagem, seria possível desenhar as áreas cobertas pela
folhagem das árvores, por pastagens, aquelas sem vegetação, e estimar a
porcentagem de cada uma delas. O tipo de cobertura vegetal natural está em
equilíbrio com a disponibilidade de água, clima e outras características do
lugar. Na savana, há relativamente pouca vegetação; no cerrado, a paisagem consiste
de pastagens com alguns arbustos e árvores. Nas florestas chuvosas há muitas
árvores de diferentes alturas, com uma folhagem de grande dimensão. Um dos
impactos negativos mais frequentes é eliminar essa cobertura e não substituí-la
por outra que cumpra as mesmas funções com relação ao ambiente. Isso seria o
racional e tecnicamente correto, apesar de ser difícil conseguí-lo. A
eliminação da cobertura vegetal deve ser parcial, devendo-se respeitar a área
de Reserva Legal que não pode ser desmatada.
As
principais funções são: as plantas transpiram e também perdem água por
evaporação, através da superfície das folhas. Isso se chama evapotranspiração e
transfere água para a atmosfera, ativando uma parte da chuva e do ciclo
hidrológico. Quando chove, em cada folha caem algumas gotas de água, parte da
qual se evapora e outra goteja no solo ou serve à fauna, a qual se refugia e se
abriga nas árvores. A cobertura vegetal protege o solo, evitando que resseque,
que sua atividade biológica se paralise devido ao aquecimento e evita, também,
o frio extremo. Tudo isso forma um clima restrito ao lugar coberto pelo bosque,
chamado microclima. A vegetação libera oxigênio para a atmosfera, razão por que
nos fornece ar puro.
A
cobertura vegetal protege o solo do impacto da chuva; as folhas secas que caem
alimentam e nutrem a vida do solo, além de reter umidade e filtrar a água que
escorre sob as plantas, permitindo que escorra limpa; as raízes das árvores
facilitam a infiltração da água no solo, além de absorverem parte dela, para
conduzi-la até a folhagem. A vegetação regula o ciclo hidrológico natural e tem
grande importância na qualidade e quantidade de água disponível.
As queimadas e a degradação do ambiente
A
prática já tradicional e, lamentavelmente, muito utilizada das queimadas tem
como inconveniente que, a partir delas, inicia-se uma cadeia de impactos
ambientais negativos, já que:
1.
elimina a vegetação;
2.
afugenta ou mata a fauna;
3.
degrada e empobrece os solos;
4.
causa poluição do ar;
5.
aumenta o escorrimento superficial
das águas e diminui sua infiltração no solo.
O
fogo é, também, uma das principais causas da redução da diversidade genética.
Se ocorrem sucessivas queimadas no mesmo lugar, eliminam-se seletivamente
algumas espécies vegetais menos resistentes ao fogo, favorecendo-se a invasão
de outras, muitas das quais prejudiciais à atividade agrícola e pecuária. O
fogo, portanto, é um agente degradador das condições ambientais.
Os impactos ambientais negativos produzidos pelos agrotóxicos
Por
ignorância ou desejo de lucro desmedido, aqueles que comercializam alimentos
produzidos com agrotóxicos estimulam o agricultor a aplicar doses muito altas
ou misturas de químicos, sem uma base técnica. Por essa causa, iniciam-se
amplas cadeias de impactos negativos. Na maioria das vezes, o agricultor não
tem consciência disso, porém isso não o isenta da responsabilidade dos impactos
ambientais negativos que acaba por provocar.
Nesse
caso as cadeias de impactos são três. A
primeira inicia-se com o efeito do agrotóxico na pessoa que o aplica (1),
pois assim o respira ou o tem depositado sobre a pele. Alguns efeitos só podem
ser percebidos quando se chega à dose crítica, que pode ser mortal. O
agricultor leva o veneno à sua família, intoxicando-a e, em alguns casos,
afetando recém-nascidos, ao contaminar o leite materno.
Outra cadeia tem início com a contaminação do solo (2), prejudicando sua atividade biológica, a água e, com ela, a fauna. A terceira cadeia corresponde à carga tóxica dos produtos da agricultura que afetam a saúde de quem os consome (3), pois não se respeita o período legal de carência de agrotóxicos, previamente à colheita.
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