Professora
Chamo-me
Antonieta Marcacia Antonio Jafar, de nacionalidade moçambicana, nascida na
província da Zambézia, distrito de Namacurra, localidade de Macuse. Tenho 61
anos de idade e sou professora.
Meus avós e
bisavós sempre tiveram grandes plantações de coqueiros e outros produtos tais
como arroz, milho, mandioca, feijão manteiga, feijão nhemba, feijão boer, feijão
soloco e outros. Quanto a hortícolas,
cultivavam alface, couve e outras. Dos coqueiros eles extraíam sura como
bebida e também madeira para mobílias e caixões. O coco servia de alimento e
dele também extraíam óleo e sabão; da casca do coco faziam couro de colchões;
com o macubar cobriam casas e também confeccionavam vassouras; o cafuro servia
de lenha.
Sendo neta
e bisneta de agricultores abracei essa atividade com gratidão. Quando ingressei
na Igreja Messiânica, um dos ensinamentos do fundador Mokiti Okada que mais me
tocaram foram aqueles relacionados com a Agricultura Natural.
Além desse
curso também tive a oportunidade de frequentar a formação para professores
oferecida pela Igreja Messiânica e a Africarte. Os conhecimentos adquiridos
nesse ano, no Curso de Agricultura Natural em Moçambique, já estão a ser
repassados para os meus alunos em aulas na própria escola onde trabalho.
Com o curso
aprendi muitas coisas, como por exemplo o preparo da terra, preparo das mudas e
manutenção das plantas, importância das barreiras de vento com papaieiras e
feijão boer (feijão guandu).
Em
Agricultura Natural estou a desenvolver acções na província da Zambézia
(distrito de Nicuadala, localidade de Nicurruma) com 61 pessoas num projecto de
associação para o desenvolvimento da mulher e criança rural. Nessa atividade já
temos uma machamba com mil pés de ananaseiros, mandioca, milho, feijão nhemba,
feijão boer e muitas outras culturas. Quanto às hortícolas já tivemos alface,
couves, beterrabas e feijão toroco.
O aprendizado da Agricultura Natural não foi
difícil porque a população não utilizam estrumes e fertilizantes. A diferença é
que eles queimavam o capim. Com as aulas e orientações, eles entenderam os
princípios da Agricultura Natural e conseguiram aceita-los, sendo hoje muito
gratos pelos ensinamentos transmitidos.
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