domingo, 22 de março de 2015

Curso de Agricultura Natural e Gestão Ambiental - 2015: AULA 1

Proposição e desenvolvimento da Agricultura Natural
(Capítulo 3, Módulo 1, Livro do Curso de Agricultura Natural)

Histórico
No início da Era Showa no Japão (1926 a 1986), Mokiti Okada, filósofo e espiritualista japonês (1882-1955), conscientizou-se de que a criação de uma nova civilização era da maior urgência e importância e que essa era a sua missão. Propôs então sua filosofia baseada nesse conhecimento e sua primeira preocupação foi criar o “Método de Saúde segundo os Princípios Divinos”. Como resultado de pesquisas efetuadas durante longo tempo, deu início ao método do Johrei, também por vezes referenciado como Terapia de Purificação no Estilo Okada. Em seguida, passou a cuidar da criação de um novo método agrícola, segunda grande questão. Em julho de 1935 ele pregou os princípios fundamentais da Agricultura Natural e afirmou que, futuramente, viria uma época em que se colheriam produtos em abundância.
A maior parte das fazendas do Japão daquele tempo estava numa situação incalculavelmente trágica em relação às de hoje em dia. Os agricultores que alugavam terras alheias tinham muitos gastos, encontrando-se num estado de extrema pobreza. Em 1934, especialmente na região nordeste, houve grandes danos devido ao frio e muitos agricultores não colheram sequer para comer.
No início de 1936 Mokiti Okada, auxiliado por alguns voluntários, iniciou o cultivo de verduras e legumes numa área de sua propriedade em Tóquio. Inicialmente esse trabalho se deu de forma convencional e não demorou muito para ele perceber que precisava encontrar um novo caminho. Determinou assim que todo o trabalho fosse feito sem o uso de qualquer tipo de fertilizantes químicos. Poucos anos depois, um de seus auxiliares, após percorrer várias regiões do Japão à procura de mudas e sementes de plantas que tivessem sido produzidas com a menor quantidade possível de fertilizantes, plantou-as e passou a cultivá-las segundo a orientação de Mokiti Okada. Dessa vez os resultados foram muito bons e, embora o crescimento fosse um pouco demorado, evidenciou-se que o sabor dos produtos era excelente e que não surgiam pragas.
Através de uma observação minuciosa desses fatos e comparando a agricultura que utiliza fertilizantes e defensivos químicos, assim como também fertilizantes de origem humana e animal, com o cultivo que só usa unicamente matéria orgânica vegetal, Mokiti Okada comprovou que o erro da agricultura tradicional é negligenciar a natureza. Ele obteve provas concretas de que os fertilizantes químicos, os excrementos de origem humana e animal e os defensivos agrícolas intoxicam as plantações e o solo, constituindo a causa do aparecimento de pragas e doenças; verificou, ainda que eles são prejudiciais à saúde dos homens e dos animais domésticos. Assim, pôde constatar que o cultivo que usa apenas matéria orgânica vegetal é a agricultura realmente concorde com a Grande Natureza.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Mokiti Okada já havia criado o método agrícola sem fertilizantes e estabelecido a técnica de cultivo, mas a divulgação efetiva desse método só foi iniciada após a guerra. Em dezembro de 1948, foi publicado o primeiro número da revista “Tijo Tengoku” e nele, Mokiti Okada, sob o pseudônimo de Shin-no-Sei, publicou pela primeira vez um artigo sobre o assunto, intitulado “O cultivo sem fertilizantes”. Mais tarde publicou várias revistas que davam enfoque ao novo método e empenhou-se em divulgá-lo, de modo que ele se expandiu gradativamente por todo o Japão. A partir de 1950 foi definido o nome do método como “Agricultura Natural”
Nos anos dez da Era Showa (1934 a 1942), quando Mokiti Okada iniciou a pesquisa da Agricultura Natural, já começavam a ser muito usados no Japão, resíduos de soja importados do continente e fertilizantes químicos, como o sulfato de amônio, além dos tradicionais adubos feitos com resíduo de colza e de peixe. Nessa época, teve início, também, o uso de defensivos agrícolas para frutas e verduras. Pelo fato de os defensivos e os fertilizantes não serem usados em grande quantidade, como acontece atualmente, seus malefícios não vinham à tona, e apenas se levavam em conta os resultados imediatos, ou seja, a produção maior. Para o Japão, que estava entrando realmente num regime de tempos de guerra, planear o aumento da produção de alimentos e estabelecer um sistema de autossuficiência era o assunto urgente do momento, e o aumento da produção de alimentos constituía uma das questões básicas da política nacional da época.
As críticas em relação à agricultura contemporânea, que utiliza fertilizantes químicos em grande quantidade e ampla pulverização de defensivos agrícolas, começaram finamente a agitar os meios de comunicação após a guerra, a partir dos anos quarenta da Era Showa (1965 a 1973), quando os malefícios de tais produtos começaram a se evidenciar. Numa época como esta em que estamos vivendo, a Agricultura Natural constitui, na filosofia de Moliti Okada, um aspecto muito importante do que ele chamou de Nova Civilização, como meio de salvação através dos alimentos. Mais de trinta anos antes de tais acontecimentos, Mokiti Okada captou o clima de negligência à natureza e à vida, o qual se oculta atrás da civilização contemporânea e, sentindo os perigos oferecidos pela agricultura química, continuou a pesquisar o caminho para solucionar o problema.
Ele pregou que a Agricultura Natural é um método agrícola que se baseia na Natureza e a segue. No mundo Natural, animais e vegetais se harmonizam e, através de uma interligação orgânica, mantêm a vida. Tudo que existe no solo, segundo Moki Okada, são bençãos que Deus atribuiu ao homem, de modo que, praticando-se uma agricultura condizente com as Leis da Natureza, não há motivos para que as colheitas não sejam fartas.

Princípio da Agricultura Natural
“O princípio da Agricultura Natural consiste em fazer manifestar a força do solo. Até agora o homem desconhecia essa verdadeira natureza do solo, ou melhor, não lhe era dado a conhecê-la. Tal desconhecimento levou-o a adotar o uso de adubos e acabou por colocá-lo numa situação de total dependência em relação a eles, tornando essa prática uma espécie de superstição. (...)”
“(...)Qual é a propriedade do solo? Ele é constituído pela união de três elementos – terra, água e fogo – os quais formam uma força trinitária. Evidentemente, a força básica responsável pelo crescimento das plantas é o elemento terra; o elemento água e o elemento fogo são forças auxiliares. A qualidade do solo é um fator importantíssimo, pois representa a força primordial para o bom ou mau resultado da colheita. Portanto, a condição principal para obtermos boas colheitas é a melhoria da qualidade do solo. Quanto melhor for o elemento terra, melhor serão os resultados.
O método para fertilizar o solo consiste em fortalecer a sua energia. Para isso, é necessário, primeiramente, torna-lo puro e limpo, pois, quanto mais puro o solo, maior é a sua força para o desenvolvimento das plantas. Acontece, porém, que até hoje a agricultura considera bom encharcar o solo com substâncias impuras, contrariando frontalmente o que foi exposto acima, de onde se pode concluir o quanto ela está errada. Para explicar esse erro usarei a antítese, o que, penso, ajudará a compreensão dos leitores.
Desde a antiguidade, os adubos são considerados elementos indispensáveis ao plantio, mas a verdade é que quanto mais os agricultores os aplicam, mais eles vão matando o solo. Com a adubação, conseguem-se bons resultados temporariamente, mas, pouco a pouco, no entanto, o solo vai ficando intoxicado, tornando necessário o uso de mais adubos para a obtenção de boas colheitas. Assim, quanto maior for a quantidade de adubos, mais contrários são os resultados.”
Mokiti Okada

Como podemos perceber pelo texto acima, contendo alguns fragmentos dos princípios da Agricultura Natural pregados por Mokiti Okada, será necessário desenvolver, por parte dos iniciantes no método, uma visão sistêmica de todo o campo ou machamba. Isso quer dizer que precisaremos estar atentos para estabelecer correlações entre vários elementos diferentes do nosso sistema agrícola. Na abordagem convencional da agricultura, estamos educados a focar nossas atenções em apenas alguns poucos pontos, ou seja, apenas na planta em si e nas suas necessidades primárias de nutrientes. Falando de outra forma, na agricultura convencional o solo é visto apenas como um suporte inerte, de onde nossas culturas poderão extrair o que necessitarem para o seu crescimento e desenvolvimento e no exato momento em que tais nutrientes se mostrarem esgotados, passa-se então a fornecê-los a partir de fontes externas, tais como os fertilizantes quimicamente formulados ou mesmo os adubos tidos como orgânicos. Não estamos habituados a considerar o solo como uma espécie de ser vivo, que interage com todo o seu meio ambiente através de intrincáveis correlações de natureza biológica, química, física e até metafísica.
Mokiti Okada nos deixou o ensinamento de que o ponto fundamental da Agricultura Natural está no reconhecimento da força do solo e da necessidade de compreendermos sua natureza. Filosoficamente, ele usa uma linguagem especial quando menciona os elementos primordiais do universo – terra, fogo e água – e no início isso pode nos parecer estranho. Mas à medida que vamos aprofundando nesses conceitos e experimentando na prática o que prevê a Agricultura Natural, será possível atingir um estágio de compreensão muito maior do que aqui está exposto. 
O solo é composto por inúmeras epécies de microrganismos e dependendo de sua origem geológica, será composto também por diferentes proporções de fragmentos de rochas contendo diferentes proporções de elementos químicos. Além disso, existem diferentes quantidades de matérias orgânicas, de origem vegetal e animal que, sob a ação constante de microorganismos e mesmo de insetos e outros seres, sofrem decomposição e promovem um ciclo que é responsável pela nossa presença no planeta. A esse ciclo damos o nome de Ciclo da Vida.
Quando observamos a Natureza, podemos constatar a existência de um equilíbrio dinâmico, ou seja, o pleno funcionamento do Ciclo da Vida e de outros ciclos mais específicos tais como o ciclo da água, ciclo do nitrogênio, ciclo do fósforo, etc. Portanto, a Agricultura Natural procura reproduzir, nos campos e machambas, esses mesmos ciclos naturais. Na sua abordagem, como já foi dito, vai-se muito além da planta em si, ou seja, leva-se em consideração múltiplos fatores, tais como a saúde do solo, do meio-ambiente e do próprio ser humano que trabalha a terra e dela usufrui de seus frutos. Esse conjunto de fatores será um dos responsáveis pelo estabelecimento de equilíbrios ecologicamente saudáveis e, como consequência direta, produtivos.










           Qualquer um pode observar esse equilíbrio dinâmico em ação ao entrar numa área qualquer onde o mato tomou conta. Por exemplo, uma rápida visita a uma pequena floresta ou capoeira onde ainda não se trabalhou com agricultura ou mesmo onde está já não é praticada há algum tempo, irá nos revelar licões importantíssimas. Mesmo em áreas tidas como improdutivas para a prática agrícola, como explicar que depois de algum tempo “abandonadas” estabelece-se ai uma capoeira ou mesmo pequena floresta? Depois de alguns anos, como pode ai se desenvolver o mato, que por vezes se torna tão espesso que mal conseguimos andar pela área? Quem “adubou” esse solo? De onde vieram os nutrientes responsáveis pelo desenvolvimento das várias espécies vegetais e por que não existem pragas que consigam comer todo o mato deixando o campo limpo para que possamos cultivá-lo? A tal área não era improdutiva? Então de onde vem a força que gera e mantém vivo aquele ecossistema? Essas são algumas das muitas questões que iremos abordar e trabalhar ao longo desse nosso trabalho. Nos próximos módulos iremos procurar aprofundar em cada um deles e sua compreensão poderá nos ajudar a compreender realmente o que vem a ser a Agricultura Natural.


Movimento filosófico de Mokiti Okada sobre a agricultura natural, saúde e alimentação natural

(Capítulo 4, Módulo 1, Livro do Curso de Agricultura Natural)

Para ajudar a compreender a Agricultura Natural, talvez seja interessante tentar ter uma visão geral sobre a filosofia de Mokiti Okada. Isso poderá ser útil na medida em que conseguirmos perceber a linha de raciocínio que norteou o desenvolvimento do método da Agricultura Natural, e talvez nada melhor nesse momento do que aprofundar um pouco mais em alguns pontos fundamentais do trabalho dele.
O desenvolvimento material que verificamos na nossa sociedade atual é fruto de muitos séculos de descobertas e invenções. Como já mencionamos na introdução desse módulo, a agricultura teve um papel decisivo no desenvolvimento da sociedade humana ao criar condições para as inúmeras tribos nômades começarem a se fixar em determinadas regiões. Daí nasceram as primeiras comunidades que mais tarde viriam a se transformar nas primeiras cidades e, posteriormente, nas primeiras metrópoles.
Nessa fase, parece que o ser humano começou o seu longo e árduo caminho de afastamento das leis naturais, pois com as grandes aglomerações de pessoas vieram também os grandes desafios, especialmente aqueles que se referiam ao abastecimento de grandes massas de populações e também os problemas de ordem ambiental. Segundo as descobertas mais recentes de historiadores, antropólogos e arqueólogos, nos últimos milênios diversas culturas e sociedades nasceram, prosperaram e entraram em declínio justamente pelo esgotamento das condições naturais dos solos em prover a demanda de nutrientes para a agricultura intensiva e também na perda da sua eficácia em depurar os resíduos oriundos das diversas atividades humanas.
Os maias são um exemplo interessante. Segundo algumas descobertas, o declínio do Império Maia parece ter relação com a perda da capacidade dos solos em suportar uma demanda cada vez maior de alimentos em função da explosão demográfica. Com sua magnífica arquitetura e sofisticado conhecimento de astronomia e matemática, os maias foram uma das grandes culturas do mundo antigo. A civilização maia atingiu seu ápice durante o chamado período clássico (250 a 950). No auge, em 750, a população talvez tenha ultrapassado 13 milhões de pessoas. Porém, pouco tempo depois, entre 750 e 950, houve um rápido declínio. Foram propostas as mais variadas hipóteses para explicá-lo: guerras internas, invasão estrangeira, surtos de doenças, dependência da monocultura (principalmente do milho), degradação ambiental e mudanças climáticas. Quer dizer, muito antes da Revolução Industrial da Europa nos séculos XVIII e XIX, e de suas conhecidas consequências em termos de degradação dos ambientes naturais, civilizações inteiras ao redor do mundo já sofriam com os resultados dos desrespeito às leis naturais.
A Revolução Industrial parece ter seguido no vácuo do pensamento cartesiano, cujo fundador foi o já mencionado filósofo, físico e matemático francês René Descartes. Esse pensamento cartesiano, também chamado mecanicista, materialista, é talvez o responsável direto pelo atual desenvolvimento material de nossa sociedade moderna e consequentemente das diversas distorções sociais que estamos vivenciando. Se por um lado ele contribuiu para o desenvolvimento de tecnologias que auxiliam a humanidade, também ele foi o responsável por afastar um número cada vez maior de pessoas do caminho da natureza. O pensamento cartesiano consiste no ceticismo, onde Descartes instituiu a dúvida: “só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado”. Ou seja, pelo pensamento cartesiano, materialista, o homem crê apenas naquilo que ele conseguir ver.  Essa foi a regra principal do desenvolvimento de nossa sociedade nos últimos 400 anos e o resultado é o que podemos constatar no nosso dia a dia: se por um lado, o desenvolvimento tecnológico levou o ser humano à Lua e a se comunicar uns com os outros em qualquer parte do mundo com um simples comando no computador ou telemóvel, por outro acabou condenando um bilhão de pessoas à fome nesse mesmo mundo. Para que poucas pessoas possam consumir excessiva e despreocupadamente, um número muito maior de pessoas são condenadas à perda de seus ecossistemas naturais e submetidas a condições degradantes de trabalho e moradia.
Toda essa situação decorre do fato de que as pessoas em nossa sociedade vêm sendo educadas a consumir cada vez mais, pensando primeiramente em si, numa ambição desmedida e inconsequente. O resultado não poderia ser outro senão a desigualdade social, cuja origem também está relacionada com os desequilíbrios ambientais e culturais. Como resultado, nossa sociedade está cada vez mais infeliz e isso já é a muitos anos motivo de estudos e pesquisas sociais em diversos países. Nossa infelicidade recai, por exemplo, na constatação de que quanto mais trabalhamos e acumulamos, mais temos necessidade de fazê-lo, pois do contrário caímos em depressão por não mais conseguir fazer parte do sistema. Na ânsia de garantir as condições mínimas de sobrevivência a suas populações, governos de vários países lançam-se em conflitos que, por vezes, culminam com guerras por recursos naturais, tais como solos férteis e águas potáveis. Esse mecanismo acaba levando nossa sociedade global a uma espécie de ansiedade frente à desarmonia de nossos próprios meios de sobrevivência.
A agricultura convencional, a despeito de toda a tecnologia à sua disposição, vem demonstrando ser incapaz de livrar o ser humano do fantasma da fome. O emprego descontrolado e já quase desesperado de quantidades cada vez maiores de fertilizantes e mais recentemente de defensivos tóxicos, têm levado populações humanas inteiras à beira do abismo. Nas últimas décadas, a tecnologia dos organismos geneticamente modificados ganhou um grande impulso com a chegada dos chamados organismos transgênicos. Por essa tecnologia, os cientistas conseguiram introduzir na cadeia de ADN de diversas culturas agrícolas, parte do código genético de animais e bactérias. Um exemplo é o milho transgênico Bt, que recebeu parte dos genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que produz uma toxina (inseticida) específica para larvas de alguns insetos. A ideia era que o milho transgênico fosse capaz de produzir seu próprio inseticida e com isso combater o ataque de diversos insetos, em especial o ataque de diversas espécies de lagartas. Decorridos alguns anos após a introdução dessa variedade geneticamente modificada nos campos agrícolas de diversos países, o que se verifica é a iminência de uma verdadeira catástrofe de proporções épicas. Não só o milho Bt não está conseguindo combater o ataque e insetos, em especial de lagartas, como está favorecendo o aparecimento de superlagartas resistentes não só à toxina do milho Bt, mas também a quase todas as toxinas conhecidas pelo homem. Esse alerta já foi dado por diversos cientistas espalhados pelo mundo todo e vários grupos estão sendo formados para estudar alternativas realmente viáveis para o problema. A questão é que parece que ultrapassamos em muito uma espécie de ponto de retorno, a partir do qual já não será mais possível reverter a situação empregando meios tecnológicos convencionais. Isso porque, segundo diversos outros estudos independentes, o milho Bt e diversas outras plantas transgênicas estão contaminando o seu entorno com espólios geneticamente alterados e transferindo a transgenia para outras plantas, inclusive as nativas de vários ecossistemas naturais. Além disso, o número de pragas que estão se tornando cada vez mais resistentes a todo o conjunto de defensivos químicos conhecidos e regularizados estão aumentando cada vez mais. Por sua vez, ao invés de reconhecer o erro quase absurdo do raciocínio convencional, muitos países estão apelando para rever proibições de uso de produtos químicos que há décadas são conhecidos e condenados por provocar danos na saúde humana, como câncer e diversas outras doenças e mutações genéticas, como última alternativa para salvar safras inteiras de alimentos produzidos pela agricultura convencional.
Quando o homem contamina e condena a base da sua própria vida, que é o seu alimento, ele acaba por condenar também todo o desenvolvimento da medicina preventiva, da saúde, da ética na educação, da política, da economia e do seu meio-ambiente; degrada inclusive o nível artístico de sua produção cultural, ajudando a diminuir ainda mais a qualidade de vida global.        
            “Essa situação já chegou ao seu limite.” Mokiti Okada já havia nos alertado para esse verdadeiro ponto de encruzilhada no desenvolvimento da sociedade. Se ela continuar pelo caminho atual, poderá chegar finalmente o dia em que será praticamente impossível evitar o colapso global da aventura humana no planeta Terra, onde estaríamos condenando nossos descendentes à extinção. Porém, ele nos dá uma alternativa mais que viável, ao propor substituir o capital material pelo capital espiritual, onde podemos voltar a valorizar o sentimento, cultivando o espiritualismo no lugar do materialismo e valorizando a gratidão e o altruísmo.
Praticar a Agricultura Natural e valorizar seus princípios ecológicos e éticos é uma forma concreta de trabalhar em prol de um desenvolvimento plenamente sustentável não apenas do ponto de vista econômico, mas principalmente do ponto de vista da felicidade plena da sociedade.

Premissas básicas da Agricultura Natural
O legado de Mokiti Okada sobre a Agricultura Natural está assentado em cinco premissas básicas: produzir alimentos que incrementem cada vez mais a saúde do homem; ser econômica e espiritualmente vantajosa, tanto para o produtor como para o consumidor; poder ser praticada por qualquer pessoa e, além disso, ter caráter permanente; respeitar a natureza e conservá-la; garantir a alimentação para toda a humanidade, independentemente de seu crescimento demográfico.

1. Produzir alimentos que incrementem cada vez mais a saúde do homem
A agricultura convencional moderna, tecnocrata e altamente dependente de insumos artificiais, tem  levado o ser humano a entrar num verdadeiro círculo vicioso. A sua visão antropocêntrica o leva a se colocar acima das demais criaturas do planeta, impondo à natureza suas próprias regras de produção e consumo cada vez mais voraz.
Sem tempo para analisar devidamente os efeitos do seu desrespeito às Leis Naturais, o homem moderno vem introduzindo o conceito, em todo o mundo, do desenvolvimento econômico ao invés de promover o desenvolvimento da qualidade de vida. Para alimentar esse sistema, consome-se enormes quantidades de energia e esforço na produção maciça de alimentos. A lógica que prevalece é a de produzir cada vez mais, num espaço cada vez menor por unidade produzida (produtividade) e no menor tempo possível, maximizando dessa maneira os lucros da grande indústria de transformação de alimentos. Por essa lógica, os próprios agricultores, principalmente do setor familiar, são os primeiros a tombarem de fadiga e falência, pois o sistema favorece positivamente somente as grandes corporações industriais, detentoras de patentes e enormes reservas de mercado.
O problema de tentar produzir alimentos pela lógica do capital econômico é que isso leva a um gradual e pernicioso sistema no qual a qualidade do que se produz e a forma como é feito se tornou altamente questionável. O uso de fertilizantes químicos artificiais no cultivo das lavouras em todo o mundo leva a um estado de dependência cada vez maior destes e, num plano seguinte, de agrotóxicos cada vez mais perigosos à saúde do próprio ser humano. A maior parte dos alimentos produzidos atualmente está repleta de resíduos químicos que, com o passar do tempo, e sob um consumo regular, estão provocando uma verdadeira degeneração da saúde humana.
O cultivo convencional de alimentos que hora reina na maioria dos campos agrícolas em todo o mundo acaba seguindo, mais cedo ou mais tarde, um esquema representado pelo seguinte diagrama:


Este é um sistema que se retroalimenta, ou seja, um verdadeiro círculo vicioso. Atualmente já nem se sabe mais a origem desse círculo, uma vez que não conseguimos mais identificar qual o princípio gerador desse emaranhado de problemas.
Na contramão do pensamento convencional, encontramos a Agricultura Natural como um sistema dinâmico onde, como já dissemos, se procura reproduzir as leis que fundamentam a própria natureza. Ao evitar o uso de adubos químicos e manejando o solo corretamente (ecologicamente) consegue-se estabelecer um padrão virtuoso, ou seja, um ciclo que vitaliza o ambiente e o ser humano.


            Dessa forma, estabelece-se um equilíbrio de forças, nas quais o ser humano consegue usufruir de todos os benefícios da natureza sem, contudo, comprometer as futuras gerações. Quanto mais saudável for o solo, mais saudáveis serão as plantas aí cultivadas e quanto mais saudáveis estas plantas mais saudável o homem/mulher/criança que delas se alimentarem. Por fim, quanto mais saudável o ser humano agricultor mais saudável será sua relação com o próprio solo e todo o ambiente que o rodeia. Da mesma forma que o ciclo anterior, este ciclo virtuoso também se retroalimenta. Contudo há uma diferença fundamental, pois neste último caso a energia é utilizada para gerar vida em todo o sistema e não apenas ao ser humano. Dessa forma, a vida se perpetua e os resultados para o homem/mulher/criança são cada vez mais satisfatórios.
  
2. Ser econômica e espiritualmente vantajosa, tanto para o produtor como para o consumidor
Quando falamos em qualidade do alimento, o que relamente está em jogo não é apenas a saúde física e espiritual dos consumidores. Também o agricultor está em risco. Todos se comprometem com os resultados do próprio trabalho e esforço na medida em que eles influenciam, positiva ou negativamente, todas as pessoas que dele usufruir. O agricultor que deseja obter maiores lucros, lançando mão de tecnologias suicidas como o uso de agrotóxicos, por exemplo, estará impondo a todas as pessoas que futuramente consumirem os produtos agrícolas oriundos do seu trabalho, todos os malefícios provocados por essa forma muito pouco inteligente de produzir alimentos. Cultivar alimentos saudáveis e que incrementem cada vez mais a saúde humana e do meio ambiente que nos rodeia é talvez uma das formas mais inteligentes de criarmos a felicidade para a sociedade e para nós mesmos, enquanto agricultores.
            Evidentemente que vivemos numa sociedade baseada na troca de valores, sejam eles na forma de mercadorias ou de serviços. Com a agricultura não é diferente. Porém, é preciso ter em mente que todo trabalho precisa ser recompensado adequadamente, pois, do contrário, também estaremos impondo sofrimento a alguém e, neste ponto, os consumidores das cidades têm uma grande responsabilidade para com os agricultores.
            É sabido no mundo inteiro que dentro da cadeia produtiva agrícola, os agricultores geralmente constituem o elo mais fraco do sistema. São eles os encarregados de lavrar a terra, cultivar o solo e colher os alimentos que alimentarão a sociedade nas cidades. Porém, geralmente são eles os que menos recebem pelo seu esforço. Nesta ultima safra de tomates em Maputo (2013), a caixa com 25 quilos chegou a ser negociada a US$0,30 - pouco mais de 1 centavo de dólar o quilo, com os produtores no principal mercado atacadista da cidade. Porém, aquele mesmo tomate era vendido aos consumidores da cidade a pouco mais de US$0,60 o quilo, ou seja, um preço quase 60 vezes maior que o que era pago aos agricultores. Exemplos como este estão largamente espalhados por todo o mundo e demonstram que existe muito trabalho a ser feito no sentido de equilibrar um pouco mais as coisas.
            Enquanto consumidores de produtos expostos nas prateleiras dos supermercados geralmente não nos preocupamos com aqueles que trabalharam para que estes mesmos produtos pudessem chegar até o alcance de nossas mãos. Não nos damos conta do verdadeiro valor a ser pago por quem mais se esforçou para que nossa sociedade possa saciar sua fome. Talvez por isso, muitos agricultores acabam lançando mão de recursos menos inteligentes, como o uso intensivo de agroquímicos, a fim de tentar buscar o tal equilíbrio de forças. Por outro lado, nós, como consumidores, precisamos valorizar o trabalho do homem do campo, reconhecendo seu esforço e procurando incentivá-lo na medida em que valorizarmos a produção de alimentos cada vez mais saudáveis, pagando por eles o preço realmente justo.
            Muitas vezes as pessoas questionam o porquê dos produtos orgânicos ou mesmo os produtos da Agricultura Natural terem um valor maior que os produtos chamados convencionais. Talvez a questão tenha que ser mais bem formulada, pois existem diversos fatores envolvidos, mas de forma simples podemos fazer outra pergunta: “e por que, afinal, os produtos da agricultura convencional são tão baratos?”. É preciso saber que para economizar na mão de obra, os agricultores com um pouco mais de condições financeiras acabam lançando mão, por exemplo, do uso de herbicidas para promover a capina de seus campos. Ou seja, ao invés de pagarem a mão de obra de um trabalhador rural chegam à conclusão que, ao usar herbicidas, o trabalho é feito com um custo muitas vezes bem menor. Neste sistema altamente competitivo, cada centavo conta e os agricultores, na maioria das vezes, não enxergam alternativa. Daí a nossa responsabilidade enquanto consumidores. Seria muito interessante valorizar o trabalho dos agricultores, principalmente aqueles que estão lutando para promover a saúde das pessoas. Dar preferência aos produtos cultivados sem agrotóxicos é uma atitude não só interessante, mas nobre até. Igualmente interessante é frequentar feiras de produtos orgânicos ou naturais e incentivar o consumo de tais produtos a todos os amigos e conhecidos.  
Contudo, muitas vezes os preços que pagamos pelos produtos oriundos de uma agricultura alternativa são abusivos, pois a eles são incorporados todo o custo necessário para uma nova cadeia de mercado: a certificação. Entraremos em maiores detalhes sobre esse assunto posterirmente, mas por hora precisamos saber que quanto mais variáveis colocamos numa equação matemática mais a sua solução se torna complicada. Cultivar alimentos puros e saudáveis precisa ser uma atividade simples, economicamente viável e capaz de ser realizada por qualquer pessoa, como veremos mais adiante. Assim, quanto mais agricultores, profissionais e amadores, interessarem-se pelo cultivo natural de alimentos, mais teremos desses alimentos disponíveis nas nossas mesas. E será a nossa responsabilidade, enquanto consumidores, garantir que o trabalho desses agricultores seja devidamente valorizado, pois quanto mais simples e direta for a relação produtor-consumidor, mais vantagens econômicas cada um irá obter.

3. Poder ser praticada por qualquer pessoa e, além disso, ter caráter permanente
A Agricultura Natural nos impulsiona ao desenvolvimento de uma visão holística não só do manejo agrícola de nossos solos, mas de todo o mundo natural ao nosso redor. Isso equivale dizer que para termos sucesso como agricultores naturais precisamos desenvolver a capacidade de ler as entrelinhas da Natureza, buscando desvendar seus segredos sem, contudo, querer sobrepujá-la. Ou ainda, que precisamos desenvolver o pensamento sistêmico, reconhecendo que tudo está conectado numa intrincável teia de relacionamentos.
            Todos os campos do conhecimento humano são úteis nesse caminho de descobertas. E não é por acaso que cada vez mais existam pessoas que, independentemente de sua formação profissional, estão praticando a Agricultura Natural sem as amarras do conhecimento tradicional. Seja em hortas caseiras ou mesmo em pequenos espaços de produção agrícola, um grande número de médicos, advogados, professores, donas de casa, jovens e até crianças vêm praticando uma agricultura que concorre para o bem estar de nosso planeta, alcançando resultados realmente muito bons numa forma de cultivar em que o objetivo não é somente a produção de alimentos em quantidades que possam satisfazer as necessidades humanas, mas também que leva em conta a qualidade daquilo que se produz, na forma como se produz e no benefício que isso trará para quem consumir os produtos oriundos dessa atividade.
            Com um pouco de boa vontade e disposição para o trabalho, qualquer pessoa poderá, ao seu tempo e espaço, conseguir ótimos resultados com suas hortas e pequenas lavras e machambas. Aos grandes projetos agrícolas também é possível que um número cada vez maior de profissionais de diversas áreas do conhecimento, com seu devido esforço e aplicação, consigam evoluir no estabelecimento de uma dinâmica produtiva que respeite as relações naturais existentes entre todos os seres vivos, incluindo o próprio ser humano.
            Como já foi dito anteriormente, a produção de alimentos na modernidade segue uma lógica perversa, na qual se procura obter o lucro o mais rápido possível, cultivando de forma intensiva os solos sem se preocupar com o que poderá ocorrer às gerações futuras. Isto equivale dizer que o sistema de cultivo convencional não é sustentável na medida em que muito pouco se pensa nas futuras gerações em detrimento do abastecimento imediato das populações humanas. Os críticos certamente dirão que o importante é garantir a alimentação para a sociedade humana hoje, pois do contrário não haverá o amanhã. Também já tivemos a oportunidade de discutir que se o sistema de produção de alimentos da atualidade não sofrer um verdadeiro choque de gestão, é possível que estejamos condenando nossas futuras gerações ao exílio planetário amanhã.
            Pela lógica da produção convencional, nossos campos de alimentos se tornaram verdadeiros laboratórios tecnocratas, com profissionais cada vez mais especializados mas igualmente isolados em suas áreas de saber. Num primeiro momento, o aparecimento de uma praga numa determinada lavoura, por exemplo, é encarada como um problema fitossanitário e os profissionais dessa área do conhecimento são acionados para combater aquele mal a todo custo. Aquela praga é vista como o sintoma de uma doença perversa e os esforços acabam se concentrando no uso de fórmulas químicas que visam mitigar os efeitos daquela manifestação da Natureza sem, contudo, buscar as origens daquele sintoma.
Porém, no nosso trabalho com a Agricultura Natural temos incontáveis exemplos de que aquilo que as pessoas se habituaram a chamar de pragas nada mais é do que a resposta natural a um fator de desequilíbrio - seja ele de ordem nutricional na relação solo-planta ou mesmo do nível de sentimento do agricultor. A maioria dos agricultores se esqueceu de sua vocação original que era a de promover a saúde das pessoas que irão consumir os produtos por eles cultivados. Os agricultores bem poderiam ser reconhecidos como os guardiões da terra, pois o seu trabalho deveria semear a vida e a felicidade de toda a raça humana. Porém, o que se observa atualmente é uma total inversão de valores, onde o lucro está no topo da pirâmide e é o objetivo a ser alcançado a todo custo.
Na Agricultura Natural temos a oportunidade de realinhar o pensamento-sentimento-ação do ser humano, levando-o a uma vida concorde com as leis naturais e, logicamente, ao bem-estar de todo o planeta. Dessa forma, o agricultor natural pode se tornar um sustentáculo da cultura de uma nova era da civilização do homo sapiens na medida em que lavrar a terra não somente com sua razão e conhecimento, mas também com seu amor e gratidão. Essa certamente será uma maneira eficiente de garantir não só a sobrevivência das futuras gerações do planeta mas também a sua alta qualidade de vida.

4. Respeitar a natureza e conservá-la
O ser humano é Terra. Vivemos em comunhão constante com a Natureza e dela nunca deveríamos ter-nos afastado. Desde os primórdios da aventura humana neste nosso pequeno planeta, aprendemos a ouvir e entender dos sussurros do vento até o cintilar das estrelas no céu. O jardim do éden foi e sempre deveria ser o nosso próprio quintal, repleto de vida que pulsa e se propaga continuamente. Cada planta, cada inseto, cada pequeno vertebrado, cada pedregulho, tudo está mergulhado num gigantesco caldeirão cósmico de energia pura e fluida, continuamente se deslocando daqui para ali, gerando vida por onde passa.
            O sentido de buscarmos uma força maior interior está relacionado diretamente com a necessidade de nos religarmos à nossa própria origem, refazendo caminhos ancestrais e nos conectando com todo o meio ambiente circundante. Nosso pequeno planeta, orbitando uma estrela de quinta grandeza navegando na periferia de uma galáxia mediana do universo, constitui um milagre da vida, porém frágil e longe de ser único. Mas esse pequenino planeta, que comparado à imensidão cósmica que nos rodeia, assemelha-se mais a uma arca, metaforicamente referenciada a Nóe, na qual a aventura humana tem lugar juntamente com a aventura da própria Terra. Somos parte da Terra, viva que é, e respeitá-la é respeitar a nós mesmos.

5. Garantir alimentação para toda a humanidade, independentemente de seu crescimento demográfico
Este certamente é um dos pontos que mais atrai discussões e debates entre os defensores da agricultura convencional e aqueles que defendem uma forma mais humanizada e ecologicamente equilibrada na produção de alimentos. Afinal de contas, como será possível abastecer a sociedade moderna, com seu crescimento assustador, verificado principalmente nas últimas décadas, sem também elevar a capacidade de produção de alimentos em quantidades cada vez maiores? Os defensores do sistema convencional argumentam que é preciso usar toda a tecnologia disponível para transformar os campos agrícolas em verdadeiras fábricas de alimentos, sempre no menor tempo possível, usando a máxima capacidade de produção por área possível, etc. De fato, se observarmos mais atentamente os índices de crescimento demográfico e do consumo de alimentos em todo o mundo, chegaremos rapidamente a conclusão de que passadas mais algumas décadas o sistema todo entrará em colapso.
            Sabidamente, a produção ecológica de alimentos vem na contramão do pensamento imediatista e exclusivamente econômico de explorar a terra e os seus findáveis recursos naturais. Esta forma de pensar e praticar a relação Natureza-homem leva em consideração que todos precisam ganhar, humanos e não humanos. Sendo assim, devemos respeitar certos limites no que diz respeito à capacidade produtiva dos vegetais e dos solos nas diversas regiões do planeta. Seria muito mais inteligente se usássemos a capacidade natural das diversas plantas, oriunda de milhões de anos de evolução, de se desenvolverem adequadamente em suas respectivas regiões de origem. Um bom exemplo disso sãs as plantas da família dos amarantos (Amaranthus sp.). Essas plantas são cosmopolitas e muitas variedades crescem quase que sem nenhum tipo de intervenção humana. Talvez justamente por isso seja uma planta tão menosprezada na maior parte do mundo.
O leitor provavelmente já deve ter estado próximo a um amaranto nos últimos dias, pois estas plantas crescem inclusive nas frestas de muros, sarjetas de rua ou num terreno onde o mato tenha crescido. Talvez se usar os nomes comuns que ela recebe nas várias regiões do mundo, como por exemplo caruru ou cariru no Brasil, tsec em Moçambique, gimboa em Angola, etc. muitas pessoas certamente irão fazer referência à planta. Mas o que poucas pessoas da atualidade sabem é que esta plantinha é uma excelente fonte de diversos nutrientes como vitamina C, beta-caroteno, um precursor de vitamina A, ferro, cálcio e outros, além de ser muito saborosa. E como não é muito exigente, ou melhor, como normalmente está muito bem adaptada ao ambiente onde cresce, demanda muito pouco recurso, como água e trabalho.

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